Sabes o que podes aprender com o futebol?
Viram o que aconteceu no jogo entre o Feyenoord e Den Haag? Os adeptos do Den Haag (não fazia a menor ideia sequer que existia tal equipa), ao saberem que o Feyenoord tinha convidado crianças internadas no «Sophia Children's Hospital» e que estes iam ficar na bancada por baixo da deles compraram peluches e marcaram a diferença com uma chuva deles para as crianças (podem ver aqui, que publiquei ontem).
Está provado que se tirarmos as clubites, presidentes em busca de protagonismo e os arruaceiros, o futebol é bonito dentro e fora de campo. “Ainda há esperança”, pensei eu, e fiquei então a matutar que outras lições podem as nossas crianças aprender com o futebol. Sim, tem de ser as crianças, que os “burros velhos”, já não vão aprender “línguas”.
Temos todo o lado mais físico, inerente à prática do desporto, criar hábitos saudáveis, disciplina, dormir bem, alimentação regrada e treinos. Mas há também outro tipo de lições, mais para a parte mental e que podem facilmente ser levadas para outros campos.
Vamos lá ver, na maioria das vezes, o jogador que marca o golo não é o mais importante. Quantas vezes é o jogador (o carregador de piano) que trabalhar em prole de todos os outros? O que não remata lá para dentro, mas que serve de ligação entre todos? ou então o “velho” que “controla” a ansiedade da equipa, que “ensina” quando ir e quando esperar, que puxa pelo orgulho da equipa quando está por baixo? Que não tendo já tanta força nas pernas é o que mais corre para dar o exemplo?
É preciso ser-se capaz de reconhecer as nossas capacidades e ainda assim humilde para reconhecer quem nos ajuda, quem nos ensina e até quem nos puxa as orelhas para o bem comum.
Ter bons pés, não garante nada. Quantos jogadores conheceram que tendo o dom da bola, nunca chegaram longe? Faltou-lhes o dom do esforço (que não o de sair à noite, bebes uns copos e sacar umas meninas)! É preciso compromisso com o trabalho, com o treino. Quem quer ser bom, trabalha os seus pontos fortes, mas mais ainda os seus pontos fracos. Qualidade de vencedor é a capacidade de sair da zona de conforto. Podemos não chegar a ser um “Ronaldo” da nossa profissão, mas pelo menos sabemos que com o esforço vamos deixar de passar a vida a “ marcar 3 pontos para o pais de Gales” e que algumas vão lá para dentro.
"Para chegar onde a maioria não chega, faça o que a maioria não faz" - Bill Gates
Na vida como no futebol são os que fazem diferente, fazem mais, fazem… que se distinguem. Quem for capaz de se diferenciar, ganha vantagem perante os outros. Quem for especialista em algo, será sempre a pessoa que não se pode deixar ir embora, o que terá mais recompensa.
Outra lição do futebol é que treinar, corrigir, treinar outra vez e repetir tudo de novo vai acabar por te deixar mais calmo e confiante na altura do jogo. Aplicável em tudo na nossa vida, quando mais calmos e confiantes estivermos nas nossas capacidades, pois fez-se o “trabalho de casa”, mais garantias temos que vamos conseguir. Ser constante em algo é um mérito, e não fruto da sorte.
E a que mais dou valor é mesmo o “juntos somos melhores”, ninguém vence sozinho, nem na bola, nem na vida. Não nascemos para sermos uma ilha, somos seres sociais, como tal viver em sociedade implica saber trabalhar em grupo. Mais do que trabalhar, reconhecer o mérito que todos têm para o objetivo.
E por fim, que ganhar e perder fazem parte da vida. Que ganhar é melhor que perder, mas que para ganhar é preciso trabalhar. Mas trabalhar sabendo que os outros também trabalham e como tal a lição é que quando damos o nosso máximo e perdemos o resultado não é uma derrota, mas uma lição, que temos de refletir sobre o que podemos fazer para melhorar nosso desempenho. Só com as derrotas percebemos o valor do nosso esforço em cada conquista.
Agora, como já o disse no início, deixem as clubites só para os 90min. do jogo, sejam minimamente inteligentes para não ouvirem as demagogias dos presidentes (já reparam que os presidentes dos clubes ingleses, a melhor liga do mundo nunca aparecem?) e acabem com os arruaceiros. Sim, estou a dizer para acabarem com as claques. Mais uma vez relembro os ingleses, não têm claques, têm é sempre os estádios cheios de adeptos, famílias a fazer barulho, a apoiar os seus. Dá para aprender muito com o futebol, com o bom e com o mau, é só ter mente aberta e querer.
Nota – Também se morde outras coisas no facebook, curiosos?