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Há Lobo no Cais

Dinheiro não é prenda… e mata o Natal.

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 Entendo as pessoas que preferem receber dinheiro, “só me oferecem porcarias”, “recebo sempre meias das raquetes”. Preferem comprar algo que sejam eles a escolher ou até mesmo porque o dinheiro dá jeito para outras coisas. Compreensível, mas isso não é prenda e se só recebem porcarias, coisas que não são do vosso gosto então muito provavelmente quem oferece está a dar pro dar, a fazer um “frete”.

Vamos lá ver, prenda implica empenho, vontade e sentimento de quem dá por quem recebe, tudo o resto são imposições sociais ou pagamento de favores e essas dispenso-as bem.

 

Claro que com o dinheiro fazes o que queres e compras o que queres, no entanto que memórias ficaram? Quem recebe também tem de ter a inteligência para ser mais que um consumista, alguém de espirito aberto, que entenda que a felicidade está principalmente nas coisas simples alem de que não se perde o efeito surpresa que eu acho tanta piada. Quanto ao resto, também é importante, mas isso, isso temos de ser nós a conquistar com o trabalho. Tudo que cai do “céu” rapidamente perde o interesse ou nunca chega a ter.

Voltando as prendas, a dita não tem de ser algo caro, tem de ser algo pensado para agradar a quem a recebe, para abrir um grande sorriso. Oferecer dinheiro é o mesmo que dizer “não me apetece perder tempo contigo”.

Pessoalmente não relaciono com ninguém ou com a ocasião, nada que tenho comprado com dinheiro de prendas, são meros objetos. Provavelmente gastei em porcarias ou mesmo em copos. Já o “saco de tremoços”, com um Natal em que toda a família riu desta bela prenda que os meus mais me deram, pois seguiram o meu pedido de “algo que eu goste, diferente e barato”. “Cartão de sócio”, com a minha irmã de trombas porque lhe tinham dito que tinha sido impossível fazer a menina sócia do clube dela e ela recusava-se a abrir os embrulhos. Pois no fundo de uma caixa o dito estava lá. E “piões” a três marmanjos com mais de 30 anos, faz-me lembrar o dia seguinte, onde para almoçar foi preciso vir buscar as crianças pois não largavam os ditos a tentar fazer aquela porra rodar. Mas ai a culpa foi da tia, que conseguiu à primeira e deixou os rapazes a espumar. Não consigo ainda esquecer a “pistola de cowboy”, prenda bem longínqua no tempo, mas que continua a ser a “Prenda” do natal de um dos anos da década de 80. Ainda hoje a tenho e se não fosse os avós a passar por cima do “não” dos pais a memória da felicidade dos putos não existia. Podia apresentar mais exemplos, mas todos dizem o mesmo, prenda é alguém gostar de nós e ser capaz de nos fazer sorrir e lembrar para sempre da prenda.

Aproveitem a ideia, façam isso com as crianças, para aprenderem o que é uma prenda verdadeira e aos adultos para voltarem a ser crianças. Lembrem-se, as crianças conseguem ficar felizes com o papel ou caixa de uma qualquer prenda sem valor.

 

PS- e porque não ensinar as crianças a dar desde pequenas? Terem de escolher um dos brinquedos que têm para uma instituição, como forma de ter “espaço” para o que vão receber?

 

Nota – Também se morde outras coisas no facebook, curiosos?