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Há Lobo no Cais

Desenrasquei-me, ou nem por isso?

De onde surgiu o texto de hoje!? Do facto de ter ido para Lisboa montar móveis do IKEA (não se confirmaram as previsões do post de 4ª, com pena minha) e como não tive tempo, precisar desenrascar algo para escrever para hoje.

Foi então que me lembrei de um texto que tinha lido sobre palavras que os ingleses achavam interessantes roubar para o dicionário deles, entre elas estava o nosso “desenrascanço”, por lamentavelmente não existirem sinónimos no idioma do senhor Shakespeare.

 

Vamos lá ver, de entre o lote que apresentaram, algumas não precisavam ir “roubar” tão longe, tinham mesmo aqui na terra onde tanto gostam de vir comer, beber e ficar da cor do camarão por causa do rico sol.

Indicavam a palavra japonesa “tsundoku” — comprar e acumular livros que nunca lemos, nós não temos uma palavra para isso, mas bastaria acrescentar “prof. Marcelo” ao dicionário, já que acumular livros ele acumula e tenho as minhas dúvidas que os consiga ler todos.

Do indonésio “jayus” — uma piada tão mal contada que não resistimos a rir dela, mas quem é que nunca ouviu uma piada “seca” e não se partiu a rir ainda assim?

Do dicionário norueguês escolheram “utepils” — beber uma cerveja ao ar livre num dia de sol. Alguém acredita que um inglês vai beber uma cerveja ao ar livre? Claro que não, são logo duas ou três e pode ser mesmo com mau tempo ou dentro do pub. Agora a palavra para eles que significa beber ar livre e com sol é “AllGarve”.

Do georgiano “shemomedjamo” — continuar a comer apesar de estarmos cheios, por estar a saber tão bem. Também cá temos disso, chama-se comer como um “Alarve”, se bem que a esses tudo lhes sabe bem, só tem de ser muito e bem regado.

É então lá no meio que aparece a palavra em português: “desenrascanço”. Pessoalmente acho que fizeram muito bem, dá bem mais jeito do que se quisessem o “fado” ou a “saudade”. A tradução que fizeram está do mais exacto que me poderia ocorrer, “the last minute improvisation of a hasty but perfectly sound solution; pulling a MacGuyver”. Em bom português “fazer em cima do joelho, mas ainda assim funcionar”, que realmente era o que o MacGuyver fazia episódio após episódio (os mais novos que procurem na net). Realmente a esse mestre do desenrascanço só lhe faltou ser português.

E foi mesmo isso que eu andei a fazer, uma vez que a mala de ferramenta da minha irmã (saco de papel de uma marca de roupa de senhora) não tinha o que era necessário para a obra, pelo que foi mesmo com um canivete suíço, dos pequenos, que o “carpinteiro” e “electricista” trabalhou na tarde de sábado. Tudo pronto, tudo a funcionar e umas medalhas nos dedos. Mas isso o MacGuyver não tinha, aposto que era um duplo Português que lhe desenrascava as situações.

 

Nota – Também se morde outras coisas no facebook, curiosos?

 

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