Bem vestida… mal despida
Sozinho numa mesa da “nossa” esplanada, enquanto os comparsas do crime não chegam, vou-me distraindo com o “mundo” à volta. Passa por ti, ficas a olhar e na tua cabeça os sensores, todos fazem o seu trabalho e disparam todos os alarmes. “mulher bonita!”, “boas formas!”, “bem vestida”, “que mulher…”, uns minutos bem passados.
Quando chegam, a conversa foi o fenómeno de mulher que ali tinha estado e que o atraso deles os tinha feito perder. Para entenderem chegas ao “dava o dedo mindinho por uma noite com ela…”. Na viagem esplanada para a areia (ok a esplanada é em cima da praia), a conversa continuou a ser a mesma e o “sorte, sorte grande era ela na toalha ao lado da nossa…”. faz-se o percurso e o scanner habitual pelas redondezas, reclama-se “está praia já não é o que era, não há mulheres decentes para alegrar a tarde… devem andar a esconder as miúdas em armazéns!”.
Lá se instala o povo e foi então que me assustei, uma verdadeira facada. Não é que o “fenómeno” estava ali à distância de três toalhas!!! O problema é que nem as pernas nem o rabo eram as que tinha apresentado antes, eram sim obra das calças que vestia! Que desilusão, as mulheres continuam a achar que é melhor um falso físico que serem elas próprias! Já eu agradecia que fossem pelo caminho saudável e correto. Custa assim tanto comer direito e treinar? É que evitava ter aquele rabo caído e aquelas pernas flácidas e ainda podia chegar a cota em boa forma. Mas não, gostam de desiludir os homens e enganarem-se a elas próprias.
Ainda bem que não foi dar um mergulho, muito provavelmente a beleza iria ficar toda na água.
A nossa sorte é que não gosto muito de estar na praia e rapidamente começo a “chatear” para se ir pra esplanada beber um fino… antes de se ir ao treino de bike de fim de tarde. Que o homem não engana, o que se vê, é o que se leva.