As mães mentem…
E mentem muito, essa é a mais pura verdade. E a seguir a isso nós, de uma maneira ou de outra, caímos sempre na conversa delas.
Olhem para trás e vão conseguir ver esse padrão de comportamento desde os tempos em que se era uma criança e a sua evolução até aos dias de hoje. Nem mais, passam a vida a ensinar que é feio mentir, no entanto a viagem da educação é grande parte das vezes feita em cima de mentiras. Não estou com isto a dizer que não têm lógica, que não o devam fazer, que não é por um bem maior.
“Come os espinafres para ficares forte como o Popeye”, então não são, é isso e os brócolos. Com a minha não existia muita alternativa, ou comia o que tinha no prato ou já sabia que comia o que tinha no prato acompanhado de “sopa de urso”. Fez-me o gajo rijo que sou, capaz de comer de tudo, mesmo que não goste.
“Veste esta camisola que te fica mesmo bem”, claro que sim, era essa camisola e as de natal com renas. Mãe, cá se faz, cá se paga e lá tiveste de levar a minha versão metaleiro, por uns quantos anos, a ir contigo ao café.
“Olha que depois o Pai Natal não te dá prendas”, pois esse sr. e o coelhinho que põe ovos de chocolate na Páscoa. A sorte é que nunca fui de fazer asneiras pelo que hoje em dia "obrigo" a dar uma prenda original e barata todos os Natais, o que será este ano?
“Anda, vem comigo que vou demorar pouco.”, pois claro, isso depois de já ter entrado em três lojas, parado quatro vezes na rua para conversar e ainda “ai que já me esquecia, vamos ali à lavandaria que o fato do teu pai já deve estar pronto”. Por algum motivo hoje em dia detesto ir às compras e menos ainda de ir “passear” e ver montras.
Vamos lá ver, na sua maioria das vezes são para nosso bem, depois uma ou outra é “azar”, mas há uma que é o expoente máximo do “a mãe é que sabe”, mas que aqui é quase sempre um estender ao comprindo. “Não te preocupes filha, o teu príncipe encantado vai chegar”. Aqui acho que a culpa se divide entre as mães e os filmes lamechas de “e foram felizes para sempre”. Claro que estes não são mãe de ninguém e por isso não é de esperar que se preocupem com o bem e felicidade das moças que se enganam com eles. Deixem de achar que os homens são uns sapos, porque príncipes não vão aparecer. Claro que também acontece a versão masculina, “já viste a Maria, é que era um bom partido para ti”, mas ai acho que os rapazes são bem mais pragmáticos e é muito mais difícil cair no “conto do vigário”.
Claro que temos ainda o caso das verdades que gostávamos que fossem mentira, tipo o “mas tu queres que me levante?” ou pior ainda o “JOSÉ MANUEL…”.