A lei do silêncio – Amigos
Quando escrevo amigos refiro-me apenas e só aos homens, não a todo o universo das amizades. Sabemos que é impossível ao nível genético acontecer com “Amigas”.
Podias ainda entrar no imaginário de ser até algo de máfia, “la Famiglia”. Agora tentem lembrar-se de filme icónico sobre a máfia com mulheres? Nem mais, temos “o Padrinho” 1, 2 e 3 e nenhuma “madrinha”.
Mas voltemos aos amigos, que embora gostemos de nos reunir à volta da mesa, nenhum aparece de chapéu de abas e pistola debaixo do braço. No entanto, a lei do silêncio existe e é respeitada, mesmo sem nunca ter sido ensinada ou mencionada.
É uma lei que cada um foi aprendendo com a vida, com o passar dos anos, com a descoberta que o melhor é certas situações ficaram no silêncio, para o bem de todos. Por algum motivo um amigo meu diz “quem nunca saiu com uma feia ou gorda, que atire a primeira pedra”. Neste aprendizado vamos deixando para trás aqueles que não merecem ser amigos, pois já entendemos que o nível de amizade por alguém, deve ser, em grande parte, inversamente dependente do seu nível de estupidez. E quem não sabe o valor da lei merece umas botas de cimento e um mergulho no mar.
Agora se a partir de certa idade os homens parecem deixar de fazer “asneiras”, não é bem assim, é sinal sim de o grupo já ser à prova de bala. As histórias continuam a existir, o gozo é que é mais restrito, apenas entre nós, no círculo continua-se a gozar com o Luís por ter… o Chico continuar a… nem mais, para fora do círculo não sai nada. Ninguém sabe, viu ou sequer esteve lá. Nada de testemunhas e consequentemente nada de crime. Agora não pensem que isto é para esconder canalhices das mulheres ou namoradas, é sim para os podres de tempos idos e já não relevantes apareçam em praça pública. Humilhações ou desconfianças por algo dos tempos de rapazolas marialvas não são necessárias para a vida adulta. Pronto, também nos dá liberdade para, em jantaradas ou despedidas de solteiro, voltarmos a ser crianças e dar azo à brincadeira e só nós nos rirmos do que fizemos ou fazemos.