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Há Lobo no Cais

A escravatura foi abolida… penso eu.

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 Como é possível em pleno sec. XXI existirem pessoas (que não patrão, filho do patrão ou dependente) que conseguem defender que trabalho não remunerado é bom!? Todo o trabalhar deve ser pago, mais ou menos conforme as situações, mas sempre paga. A escravatura foi abolida… penso eu.

“Mas vai abrir portas”, “vai ganhar experiencia”, e outras frases assim “engraçadas” não passam de desculpas. Que eu saiba todos temos contas para pagar! A não ser que se tenho descoberto forma de pagar a luz e a água com “portas abertas” e o aluguer da casa com “experiencia”. Por cada iluminado que aceita trabalhar de borla, há um outro profissional que também não vai receber.

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Uma coisa tenho como certa, os produtos de luxo não entraram em crise, os ricos, continuam a aumentar o valor das duas fortunas.  Andam até a comprar casas, carros ou outros luxos, e imagine-se só, tudo pago com dinheiro. Algo deve querer dizer.

Outra engraçada é o “vamos meter três estagiários…”, se não é um estágio curricular de fim de curso, sou contra. Não me batam, é opinião minha. Vamos lá a ver, a empresa está mesmo a precisar dessa pessoa? Ou está apenas a aproveita-se para poupar? Sim, que o estado dá benefícios fiscais entre outros. Eu na posição de patrão, se estiver com aumento de encomendas, expansão, contrato mesmo sem ajuda do estado. A empresa precisa, os clientes exigem, logo o estágio é desnecessário. O mais normal nos estágios é entrarem três e não ficar nenhum, pois não eram realmente necessários. Mais ainda, muda-se o nome à posição e pede-se nova rodada de estagiários para continuar a obter benefícios.

O Observatório sobre Crises e Alternativas, através de um estudo, indica que 30% dos desempregados estão "ocupados" em programas de estágios (o novo nome da escravatura moderna) ou outros dirigidos pelo IEFP. Há dezenas de trabalhadores que são recrutados (a modos que à força) nos centros de emprego para trabalhar por valores muito abaixo do ordenado mínimo (da para um excelente apartamento debaixo da ponte) não conseguindo receber três euros por dia, e têm as mesmas funções que todos os outros funcionários (se está mão de obra menos qualificada é necessária não seria melhor contratos a sério? E as empresa a pagar impostos?).

Este sistema tem o nome de contrato emprego-inserção mas, na verdade, há mais de 50 mil contratos emprego-inserção no país e não há registo de que algum trabalhador fique inserido, com vínculo onde prestou trabalho... Talvez seja mais adequado chamar-lhes contratos de escravatura moderna. E quem beneficia com isto, conseguem dizer-me? Sempre me disseram que só há duas alturas para se fazer grandes fortunas, ou em tempo de guerra ou de crise. Em qualquer uma delas, quem se lixa é o mexilhão.

 

Nota – Também se morde outras coisas no facebook, curiosos?